sábado, 28 de fevereiro de 2009

ABERRAÇÕES E HIPOCRISIAS DO TIO SAM

(ESTE APODO VAI PARA OS HIPÓCRITAS USA E OS SEUS ACÓLITOS NO RECTÂNGULO)

Os jornais diários nacionais de ontem e hoje, em grande destaque, afloram o facto de, segundo um relatório elaborado pelo Departamento de Estado dos EUA, as forças policiais portuguesas violarem os Direitos Humanos.
Citando o jornal Correio da Manhã, “Além de eventuais abusos da polícia portuguesa, o documento critica ainda as más condições das prisões, a violência sobre mulheres e crianças e também o tráfico de mão-de-obra de mulheres”.
Em face deste estranho comunicado, vindo de quem vem, logo uma certa esquerda, que há mais de trinta anos anda de costas voltadas para as polícias e nunca conseguiu ultrapassar o “complexo da farda”, rejubilando pelo facto, tratou logo de destilar veneno contra as forças da ordem.
Falar de coerência para esta gente será o mesmo que tentar impor o casamento civil homossexual à Igreja Católica. Não creio que nacionalismos exacerbados sejam a solução para alguma coisa, no entanto, um pouco de defesa da nossa dignidade enquanto nação precisa-se e nunca fez mal a ninguém.
Como pode uma potência imperialista como os Estados Unidos da América, em que, fazendo tábua rasa dos direitos humanos, leva a julgamento crianças a partir dos dez anos de idade. Que mantém em vários Estados a pena de morte como pena capital, para além da prisão perpétua. Onde a violência policial, a segregação e a discriminação de pretos, brancos (mexicanos), outras cores, e nacionalidades, são tratados abaixo de cão. Que mantém, ainda em funcionamento, na prisão de Guantánamo, ilha de Cuba, encarcerados políticos sem culpa formada, cujas condições dos presos mantidos no campo foram motivo de indignação internacional por parte de organizações humanitárias internacionais, vir com mensagens doutrinárias para quem, nem ao de leve, toca as atrocidades praticadas por aquela potência mundial.
É por isso, ou não –pelo colocar-se de cócoras e pelo aval corroborado de alguns pseudo-ultra defensores nacionais de direitos humanos- que, hoje, as polícias, nomeadamente a PSP, perderam toda a sua identidade. De uma força de segurança nacional passou a uma caricatura de polícia. Também não admira, perante o “ámen” destes defensores dos pobres delinquentes ultrajados, que assim procedam. Se eu fosse polícia faria exactamente igual.
Só gostava de saber se estas pessoas tão lestas a colocarem-se ao lado dos hipócritas forem assaltadas, violentadas ou agredidas, depois disso, continuarão a achar que as polícias exorbitam as suas competências.
É por estas e por outras que o país, a nível de segurança interna, está como está.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O ERRO DE COUBERT



Gustave Courbet (1819-1877) foi um pintor anarquista. Seguidor da escola realista, onde a verdade transparece numa observação impressa em pinceladas precisas de um impressionismo invulgar.
A “Origem do Mundo”, pintada em 1866, é talvez a sua maior obra identificativa com o movimento realista. Esta obra provocadora, segundo reza a história, já nessa altura foi perseguida e ostracizada por uma burguesia hipócrita e defensora de uma moral inexistente.
Como se sabe, a PSP de Braga, no domingo, apreendeu numa feira de saldos de livros vários exemplares de “Pornocracia”, de Catherine Breillat, editado em Portugal pela Teorema. Apesar de entretanto devolvidos, o acto discricionário desta polícia está a indignar juristas e intelectuais do rectângulo. Consideram, para além da profunda ignorância deste corpo de polícia, nomeadamente entre outros, “um atentado à liberdade de expressão”.
Se juntarmos o auto de apreensão da juíza de Torres Vedras, em que também o que esteve na sua origem foi, depois de uma participação de um cidadão, uns nus femininos, começamos a entender a procissão que ainda agora vai no adro. Como se sabe, também aqui a meritíssima voltou atrás.
Voltando à indignação de juristas e intelectuais, consideram estes que o que está na origem de tais actos apreensivos é a “ignorância e uma falha monumental no campo da cultura”.
Para mim o que me surpreende não é tanto esta ignorância das polícias e do poder judicial –todos somos ignorantes- mas sim uma nova classe de zelotas que, num excesso de zelo, devagar, devagarinho, vão impondo, tal como em meados do século XIX, uma nova moral, fundada na hipocrisia, na mentira da falsa virtude pública.
E, quando chamo zelotas –poderiam chamar-lhes jacobinos- refiro-me a certos cidadãos comuns. Estas pessoas, cuja vida sexual deve ser um tremendo aborrecimento, mandam a sua frustração para cima de quem pensa de modo diferente. Coubert, com o seu feitio satírico, na tumba, deve estar a rir-se a “bandeiras despregadas”.
É uma tristeza, para a sociedade contemporânea, que se diz moderna, continuar a agir da mesma forma igual a um século atrás.
É um anacronismo continuarmos (alguns) a fugir das questões sexuais –imagens, ou mesmo a própria discussão do tema- como o diabo da cruz. O sexo, para além das questões filosóficas, é o acto mais encantador que pode ligar dois entes –homo ou hetero. Se assim é porque este esconder a questão, embrulhando-a em papel de veludo com cheirinho a moral podre?
Passados mais de três décadas da queda do “Ancien regime”, tudo indica que falar de sexo será cada vez mais tabu.
Volte a olhar esta preciosíssima obra que retrato em cima. Diga lá: como é que podem haver pessoas que não gostem duma imagem destas? Não apetece beijá-la?
Quem se queixa e considera ser atentado ao pudor é ignorante? Não. É simplesmente estúpido.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

ENFIAR OU TIRAR A MÁSCARA?



Amanhã é terça-feira, dia de Carnaval,
não sei se tire ou afivele outra máscara,
ando tão mascarado que já não sei quem sou,
dizem-me ser natural, já ninguém leva a mal,
que o tempo longo da mentira a isso nos habituou;
Mas, às vezes, até me esforço, palavra, de verdade,
tento ser sério, dizer o que penso, sem aldrabar,
afinal é uma premissa da nossa liberdade,
não acreditam em mim, dizem que estou a brincar,
lá volto eu à falsidade dentro da legitimidade;
Olho à volta, vejo todos mascarados,
uns de bons pais, chefes de família, sorridentes,
outros de bons professores sem serem examinados,
vejo polícias, juízes, ministros e até presidentes,
todos são felizes nos papéis desempenhados;
Tiro a máscara ou mantenho a usual?
Se remover esta, logicamente, vai-me doer,
está colada à pele, de certeza que me faz mal,
fico outro, no espelho, não me vou reconhecer,
vou parecer um marinheiro perdido no areal;
E se eu enfiasse uma máscara de capitalista?
Enchia o peito de ar, não ligava à burguesia,
andava de bom carro, perdia este ar miserabilista,
comprava um avião, um barco e ia à maresia,
deixava de contar cêntimos como um contabilista;
E se eu escolhesse uma máscara de poeta sonhador?
Escreveria coisas bonitas, rimas que ninguém escreveu,
cantaria aos sete ventos a minha poesia como trovador,
gentes iam recitar os meus versos, mesmo quem nunca leu,
em qualquer parte do mundo, seria a chave do amor;
E o que é que eu faço à máscara que me faz feliz?
É certo que às vezes me decepciona, e sofro de solidão,
como consciência, faz-me pagar por erros que nunca fiz,
em arrependimento, de dor, faz sangrar o meu coração,
vou mas é ficar com esta, foi esta que sempre quis.

Carnaval organizado... mas pouco....


"O Carnaval Luso-Brasileiro até começou bem, mas houve pessoas que não acharam muita graça à confusão. Em dia de sol, o samba dominou."





Estava um dia de Sol mas parece que não correu tudo como devia!

Infelizmente não surpreende ninguém!!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O ÚLTIMO PREGOEIRO DA SORTE

(O CAUTELEIRO CARLOS GOMES NUNES)


Poderemos dizer que a alma das cidades, o seu animus, o espírito que, para além de as tornar diferentes entre si, as mantém vivas no dia-a-dia de quem a habita e “consome”, e sobretudo na memória dos que partem, reside nos seus vários diversificados patrimónios locais. É o arquitectónico –no caso de Coimbra, as românicas Igrejas de Santa Cruz e Sé Velha, entre outros, por exemplo-, é o património natural –a Lapa dos Esteios, a Mata Nacional do Choupal-, o património industrial –que deveria manter em actividade uma pequena fábrica com máquinas da revolução industrial, uma tipografia, com as suas máquinas de impressão em offset-, o património artístico –por exemplo, tentar preservar uma das poucas fábricas de olaria que restam neste ramo tão identificativo da cidade-, o património comercial – que deveria preservar os velhos cafés de tertúlia, as suas tascas típicas e castiças; pelo menos uma mercearia antiga; uma loja de ferragens; uma loja de tecidos a metro, a meu ver, mantendo todas estas casas em funcionamento. Estou convencido que, se houvesse interesse por parte da autarquia seria possível, através de incentivos fiscais, mantê-las em actividade, pelo menos uma de cada ramo.
Para além destes patrimónios materiais existem outros que vão desaparecendo sem que ninguém se importe. Refiro-me a pessoas. Podemos chamar-lhes património pessoal das cidades. Lembro, por exemplo, o vendedor de “banha da cobra”, que ainda nos anos de 1980 haviam vários a trabalhar na Praça do Comércio. Relembremos por momentos o som da flauta do amolador de tesouras. Quem não se lembra, até há uma dezena de anos da vendedeira de camarão “da costa”, com a sua canastra, que, vindo da Figueira da Foz, vendia aqui nas ruas estreitas? Seria difícil às autarquias reconstituir este património pessoal? Penso que não, desde que houvesse vontade. Através dos vários grupos de teatro era perfeitamente possível teatralizar muitas destas profissões desaparecidas.
E lembrei-me de escrever sobre os vários patrimónios citadinos, enquanto enriquecimento da vida pública, porque hoje encontrei, penso que talvez, o último e único vendedor de lotarias, vulgarmente conhecido como cauteleiro. Ainda há poucos anos eram vários vendedores. Os seus pregões bem ritmados ecoavam pela cidade: “quem quer a taluda?! É a sorte grande! Anda amanhã à roda! É a última, é a última! Quem quer ser milionário?!”
Encontrei à hora do almoço o Carlos Gomes Nunes a sair da Casa da Sorte, onde, momentos antes, se fora abastecer. É um simpático homem que, como caminheiro de São Tiago, percorre a Baixa a tentar vender a sorte a quem acreditar nela. O Carlos não é pregoeiro no sentido lato, porque, provavelmente em criança, devido a uma doença do foro neurológico –poderia ter sido a poliomelite- arrasta o corpo e a voz, quase se tornando difícil entendê-lo. Mas, quando falamos com ele, é curioso, tem um ar de felicidade que transparece, como se bem lá do fundo da sua alma viesse um sorriso encantador de criança.
Se a maioria de nós, mesmo em grande esforço, de vez em quando lhe comprasse uma cautela, o Carlos continuaria a enriquecer as ruas da nossa cidade. Estas pessoas “típicas” desaparecem devido ao nosso autismo e desinteresse em ajudar. Não tenham dúvidas, todos temos responsabilidade no desaparecimento de todos os patrimónios colectivos que enunciei.
É através da nossa intervenção cívica –nem que seja pela presença- que poderemos evitar o genocídio cultural que atravessa a nossa sociedade hodierna.
Uma coisa todos poderemos contar, se não nos envolvermos activamente na defesa do que é nosso por direito, ninguém espere que o poder político o faça. Este poder político, tendo uma responsabilidade acrescida na “felicidade interna bruta”, parece, contrariamente ao seu objecto social, ser o nosso maior inimigo. Parece que, ao querer retirar-nos estes pequenos nadas, tornando-nos insensíveis, provocando a angústia e a infelicidade, pode assim reinar mais à vontade. Estranha forma de gerir a “res pública”, não acha?

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

MANUEL ALVES - O POETA CAVADOR

Que bonitas melancias
Tem aquela rica dama!
Por tanto bem que lhes quer
Deita-as consigo na cama.

É uma classe de semente
Que a mãe dela herdou da avó;
Guarda-as para ela só,
Não quer dar delas à gente.
São meias roxas na frente,
Na casca são luzidias;
Cobre-as todos os dias
Para o sol as não crestar;
Diz, quem para elas olhar:
«Que bonitas melancias!»

Quando passo à sua porta
Digo o que à mente me vem:
«Por alma da tua mãe,
Deixa-me ir à tua horta!»
«Eesta fruta não se corta,
- Ela em alta voz me clama:
A minha fruta tem fama,
Hei-de estimá-la por isso».
Melancias que eu cobiço
Tem aquela rica dama!

Não são das mais temporãs.
Mais serôdias também não...
Deus do Céu, como elas são
Tão bonitas e tão sãs!
São ambas duas irmãs,
Examine-as quem puder...
Esteja ela onde estiver,
De companhia ou sozinha,
Sobre o peito as acarinha
Por tanto bem que lhes quer.

Tem andado sempre unidas
Ao tronco em que nasceram,
Pelo muito que cresceram
Com o peso vão descidas.
São duas, mas divididas,
Cobrindo do tronco a rama.
É uma fruta que se chama
O manjar dos lambareiros.
Por causa dos ratoneiros,
Deita-as consigo na cama!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

DIA DE SÃO VALENTIM



Hoje é o 14 de Fevereiro.
E depois? Interrogas tu,
É o dia dos namorados,
Respondo, meio titubeante.
Ai é? E outros dias do ano?
Pareces exasperar ofendida,
quando é que olhaste na minha alma,
reparaste que estou mais decidida,
cortei o cabelo e até estou mais calma,
segura de mim, já não sou a mesma querida?
Há quanto tempo não me ofereces uma flor,
um jantar à luz de velas, viajando no tempo,
me dás uma carícia sem pedires amor,
voltas a fazer de mim uma rainha com alento,
me dás um beijo na boca sem ser de favor?
Depois lamentas eu já não ser a mesma,
aquela beleza que conheceste no altar,
resmungando, comparas-me com uma lesma,
Quando “não quero” e adormeço a chorar;
Há tanto tempo que não me dás um elogio,
pelo contrário, dizes que engordei,
a nossa relação perdeu toda a magia,
não mudaste, dizes, só eu é que mudei;
Acaso reparaste na minha alteração de humor?
Ora estou triste, ora alegre, com frio e a transpirar,
vou ao médico, não sabes porquê, nem questionas a dor,
é a menopausa, nem te apercebes o que me faz chorar;
Dizes então que hoje é o dia de São Valentim,
fico contente, por ti, por saber e pela lembrança,
leva-me contigo, num cavalo branco, agarradinho a mim,
vamos recuperar o tempo que perdemos, ainda temos esperança.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

SEXTA-FEIRA 13



Acordei demanhazinha,
corri logo para a retrete,
era a minha barriguinha,
às voltas com um esparguete,
que tinha comido à noitinha;
À pressa, ensaboei a fronha,
retratada no espelho,
cansado de tanta ronha,
parecia cair de velho,
naquela cara enfadonha;
Comecei a escanhoar
a navalha estava louca,
nos pêlos não queria entrar,
fiz um corte, coisa pouca,
no que o dia viria a dar;
Tirei o carro da garagem,
atropelei o meu cão,
mais à frente na paragem,
dei um brutal safanão
quando olhava aquela “imagem”;
À frente, desfiz-me em lamentos,
perante uma polícia de respeito,
não levava documentos,
procuravam um suspeito,
de pouco valeu, fui “dentro”;
Passei o fim-de-semana enjaulado,
como um macaco medroso,
lá eu pensei ser alinhado
em sexta, treze, dia supersticioso,
agora, se avistar gato preto, CUIDADO!!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

UM RUÍDO EM FORMA DE PERFUME MUSICAL NA PAISAGEM URBANA


(ESTE MÚSICO, HOJE, ENCANTAVA AS RUAS DA CALÇADA)

O que seriam as cidades sem os seus ruídos característicos? O cantador de ocasião, o pregador anti-sistema, uma discussão entre dois ébrios, o louco que percorre as ruas a pedir uma moeda, as artes improvisadas de malabaristas, o som aveludado saído de instrumentos executados por bons músicos?
Infelizmente, parece que tudo está a desaparecer –mesmo até os músicos. Não sei porquê, mas parece, quase, que a cidade, enquanto ponto de convergência humana criativa e alternativa, deixou de atrair os artistas, ou as pessoas “diferentes”.
Há pequenos sons que, no nosso dia-a-dia, vamos apreendendo. Se no princípio os ostracizamos, com o tempo, começam a fazer parte de nós. Se, de um momento para o outro, desaparece sentimos que a nossa rua, o nosso largo, parece uma casa vazia, sem mobiliário. Aquele som, sem o sentirmos, passou a ser um complemento diário da nossa existência citadina. Vou exemplificar melhor: no largo onde trabalho, durante anos e durante todos os dias à tarde, se juntavam aqui cerca de três ou quatro sexagenários a jogar à moeda. Quando fossem 17 horas, eu sabia que iria ouvir várias vezes e repetidamente, alto e bom som, “duas, três, sete, zerooo!”
A forma aguerrida e teatral como o clima de jogo se mantinha atraía as atenções de quem passava. Volta e meia a sessão era interrompida para os jogadores irem beber um copo à tasca da Maria, uma taberna a dois passos do meu largo.
Há cerca de largos meses o jogador “residente” do meu largo aposentou-se. E com a sua reforma desapareceu o jogo da moeda e todos os sons que lhe estavam associados. O jogo da moeda, um divertimento dos mais velhos, eclipsou-se do meu largo para não mais voltar. Tenho saudades daqueles sons perdidos no tempo.

É PRECISO RESTAURAR A CONFIANÇA NAS FORÇAS DA ORDEM

(INTERIOR DE UMA CELA MODERNA)


Ontem, devido a um assalto de que fui vítima, fui ouvido na PSP, em fase de inquérito que será remetido ao Ministério Público. Como há um suspeito -captado numa foto da central de alarme, ainda que difusa- que, para além de ser o presumível autor material do meu caso, segundo uma informação que consegui, foi-me garantido ser o principal responsável pelos assaltos a estabelecimentos, durante a noite, na Baixa, nos últimos meses. Por coincidência ou não, a verdade é que este suspeito “está dentro” e, se atentarmos, nas últimas semanas, embora havendo assaltos na zona histórica, estes são, felizmente, muito mais esparsos.
A verdade, é que tive alguma dificuldade em convencer o agente de que existe nexo de causalidade entre o último assalto de que fui vítima –já sofri três assaltos nos últimos 18 meses- e outros perpetrados aqui na Baixa a outros estabelecimentos. Ali, frente a frente ao agente, pude constatar a dificuldade em fazer passar-lhe o meu ponto de vista. E porquê? Porque, quanto a mim, e em juízo de valor, os agentes de investigação sofrem de uma espécie de síndrome destrutiva da sua auto-estima. Vou exemplificar melhor, quando tentei mostrar a relação causal entre o meu caso e um outro, idêntico no “modus operandi”, a uma tabacaria, em que o mesmo suspeito aparece de cara destapada e completamente visível, recebi como resposta: “olhe se atentarmos nesse facto, ainda vamos ser gozados pelo juiz. Qualquer advogado médio, desmonta essa tese”. Ou seja, em síntese, a meu ver, os investigadores, a priori, estão imbuídos de um pré-conceito de que o seu trabalho não será levado em conta. É como se sentissem que, apesar do seu esforço, tal “demarche” é em vão. Ora, no meu entender, isto é terrível para quem se esforça e sente estar a trabalhar para o boneco. Pode alguém ser um bom profissional se não acreditar naquilo que faz? É o mesmo que um vendedor de um qualquer produto, em que não acredita nas suas potencialidades, tentar convencer alguém a adquiri-lo.
É simplesmente aterrador constatar o estado anímico destes brilhantes profissionais. Estão completamente desmotivados. Continuo a afirmar que tal diagnóstico é feito em juízo de valor.
E escrevo isto porquê? Porque ontem li no Jornal Público que o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, anunciou a intenção de incorporar, no decurso deste ano, mais mil efectivos na PSP.
Se por um lado, a nós, cidadãos comuns, nos deve dar alguma tranquilidade, por outro lado, tendo em conta o que escrevi em cima, de que vale mais um milhar de efectivos se, antes disso, não for restaurada a autoridade perdida nas últimas décadas naquela polícia e a confiança nas entidades hierárquicas que superintendem as forças policiais, nomeadamente o Ministério Público, que procede (acusa) e os juízes que julgam?
Já muito se tem falado de que as alterações aos Códigos de Processo e Penal –sobretudo na alteração da moldura penal preventiva de três para cinco anos- teve apenas como objecto um descarado economicismo do Estado, por que ao manter em liberdade o pequeno criminoso, pelo menos não tem que o sustentar. O problema é que a emenda foi pior que o soneto e a onda de violência a que assistimos está aí e a ser sentida por todos. Além de mais, pegando na filosofia do direito, sabendo que toda a grande criminalidade tem génese na pequena, o que espera a médio prazo o governo desta dislexia?
Porque, quanto a mim, é altura de se repensar todo o sistema penal vigente. Ainda que seja questionável o que vou dizer, considero que, como medida maior, é preciso restaurar o medo. Hoje, ao que tudo indica, ninguém que prevarica tem medo de nada. Começa logo na censura social que, sendo um instrumento precioso numa comunidade desapareceu nas últimas décadas. Logo a seguir, começa nos direitos do arguido –nove, segundo o agente que me convocou para prestar declarações-, que para além de extrapolarem a razoabilidade e questionarem a equidade deste Estado de Direito, põe a nu as fragilidades das vítimas, nos seus direitos –que são apenas quatro, segundo o mesmo agente. Parece, nesta leitura, que existe uma deliberada intenção de proteger o agressor e desproteger a vítima. Fará sentido esta assimetria? Se é para Portugal não aparecer nas estatísticas da Amnistia Internacional, pois que apareça à vontade, desde que os cidadãos portugueses se sintam seguros no seu próprio país.
Depois ainda, questionando o próprio sistema penal, é preciso repensar a reclusão. Nos últimos anos, tem havido um obsessivo cuidado em criar melhores condições aos detidos. Tendo em conta os direitos humanos, e filosoficamente, até estará certo, o problema é quando tais melhorias atingem o incompreensível e conduzem a efeitos contrários ao pretendido. Ou seja, em vez de se pretender um castigo para o prevaricador se obtêm um prémio de bem-estar pelo mau comportamento antecedente.
Hoje, um preso, para além da comodidade da sua cela, come bem, pratica desporto se o desejar, tem direito a visitas íntimas do seu cônjuge/companheiro e só trabalha se o desejar. Ora, é no conjunto de todas estas benesses que urge questionar se esta privação temporária de liberdade tem algum efeito dissuasor no pagador da pena a cumprir.
Por que raio não há-de um preso trabalhar? Por que em vez de constituir um peso financeiro suportado pela sociedade, através dos impostos, não poderá ele criar riqueza que o torne auto-sustentável?
Uma coisa estou certo, este sistema, aparentemente inquestionável pelas suas virtudes humanísticas, tem de ser posto em causa. Caso contrário, a meu ver, teremos, dentro de muito pouco tempo, uma implosão social que conduzirá ao caos, para além de poder desenvolver o chamado crime subterrâneo, as máfias, que proliferam a dois passos do nosso jardim atlântico. Aguardemos.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

CHEGOU O REI SOL




Hoje, ainda que timidamente, o sol, dividido em mil braços, como que em acto de contrição por não ter dado sinal de vida nos últimos dois meses, parecia querer abraçar toda a gente que passava na Praça 8 de Maio. E as pessoas, que não são rancorosas, um pouco numa defesa inibidora, iam deixando cair as suas máscaras de guerreiros preparadas para a guerra e, perante aquela humildade do astro-rei, abriam os seus semblantes e, aqui e ali, via-se um sorriso de contentamento. Pareciam meninos traquinas a quem deram um “bijout” como prémio de bom comportamento.
Em frente à Câmara Municipal o engraxador, depois de muitos dias de jejum, já ia na terceira “polidela” aos sapatos meios esbranquiçados pelo castigo sofrido durante dias a fio de chuva ininterrupta.
Os bancos de pedra em frente à autarquia, como senado onde os aposentados da vida e rendidos à morte próxima ratificam ou desaprovam as medidas políticas tomadas ali ao lado e que, devido às condições atmosféricas, nos últimos meses não têm reunido por falta de quórum, com o bom tempo a prometer, tudo indicava que o conclave estaria repleto dentro de poucas horas.
Há porta da Igreja de Santa Cruz o sacristão olhava o céu e, como em prece sentida, parecia agradecer a Deus o resultado de tantas promessas rogadas.
Sentados no parapeito do lago sem ser lago, um grupo de romenos estabelece estratégias para um dia de pedincha que se aproxima. As pombas no seu picar despreocupado, misturando-se por entre pernas e alheias a quem passa apressado, pareciam mensageiras anunciadoras de uma primavera que tarda mas virá.
À porta do Café Santa Cruz, o Costa, o homem dos sete ofícios, cujo principal é pintor de artes plásticas e nas horas vagas é funcionário do majestático café, parece enfrentar os raios solares de olhos semi-cerrados. Só ele sabe que naquela fonte de luz, como bateria descarregada, está a receber a força anímica que lhe permite harmonizar a vida sonhada e a vida possível.
No canto direito, uma loja comercial em liquidação, com o nome de “El Cavalo”, símbolo da determinação e da nobreza, mesmo diante da força revitalizadora da natureza, parece desistir de lutar e vai claudicar.
Junto à rampa, para a Rua Visconde da Luz, o homem das castanhas, mesmo sabendo que já vai longe o São Martinho, como missão, continua a espalhar o cheiro em forma de desejo a brasas e o odor do fruto do castanheiro. Ele sabe, ele sente, que desaparecendo o seu pequeno carro quase artesanal a cidade perde o último cheiro que lhe resta antes de ficar asséptica e sem identidade olfactiva. Enquanto faz mais um cartuxo de uma folha de lista telefónica, como que a embrulhar os números da mesma forma que fazem os políticos que nos governam, pensa, com saudade, no tempo em que cada rua da Baixa era conhecida pelo seu cheiro original. Por exemplo, há cerca de uma vintena e meia de anos, a Rua Direita tinha um cheiro a mofo e a bafio que se tornava entorpecente. Era uma espécie de fronteira entre o amor e o ódio, em que a razão repele e a emoção abraça.
A Rua da Louça, assim como outras artérias confluentes, com várias tascas, era conhecida pelo odor a bifanas a fritar com alho e louro, sardinha em pasta e joaquinzinhos a saltar. O seu cheiro era tão intenso e agradável que ao inalarmo-lo ficávamos como “hipnotizados” pelas narinas e, inevitavelmente, tínhamos de entrar na tasca.
A Rua do Corvo, para além de várias lojas de tecidos a metro, tinha um grande armazém de mercearias ao fundo e, a meio da rua, uma grande mercearia aberta ao público. Era o Mendes & Companhia. Ao passarmos na sua proximidade, como odor de flores silvestres amazónicas, éramos absorvidos pelo intenso cheiro a café moído Arábica.
Outras Ruas tinham outros cheiros característicos, desde o perfume de flores até ao cheiro da fruta madura.
Pensa o homem das castanhas que, numa obsessiva defesa da limpeza alimentar nos estabelecimentos -até entendível, porque necessários- a verdade é que os centros históricos perderam parte da sua identidade, algo que, para além de os tornar familiares, os tornava incomuns. Hoje, sem os odores –e também sem os vários pregões associados a vários vendedores-, estas zonas monumentais parecem ter perdido a alma, o espírito que as mantinha vivas nos nossos sentidos.
“Queria uma dúzia de castanhas. Senhooor?! …Queria uma dúzia de castanhas”, insiste, em rogo, uma senhora, acompanhada do marido, ao “adormecido” vendedor septuagenário que tinha os olhos presos na memória.
“Ai, desculpe, estava distraído, foi este sol de inverno que me desconcentrou”, lamentou-se em mil palavras o homem do carro-mota.

domingo, 8 de fevereiro de 2009


"A paró­quia de São José, em Coim­bra, vai abrir este ano um espa­ço de ora­ção no cen­tro comer­cial Dol­ce Vita, reve­lou ontem à agên­cia Lusa o mem­bro do seu con­se­lho pas­to­ral, Antó­nio José Mon­tei­ro.«É mui­to impor­tan­te que a Igre­ja tenha uma pre­sen­ça nas cha­ma­das “cate­dra­is” do sécu­lo XXI», jus­ti­fi­cou o res­pon­sá­vel, lem­bran­do que a ini­ci­a­ti­va «par­tiu do pró­prio cen­tro comer­cial».For­ma­li­za­do o con­vi­te, a paró­quia enten­deu o desa­fio como «inte­res­san­te», mas tam­bém com algum «ris­co», admi­tiu Antó­nio José Mon­tei­ro, para quem «todos os espa­ços são váli­dos no pon­to de vis­ta da trans­mis­são da fé».«A Igre­ja pre­ci­sa de estar dis­po­ní­vel para as pes­so­as onde elas estão», afir­mou o res­pon­sá­vel que par­ti­ci­pa em Fáti­ma no X Coló­quio Naci­o­nal de Paró­quias, obser­van­do ain­da que «a Igre­ja tem de abrir hori­zon­tes»."





Sim senhor!

Uma abertura ao mundo? Um sinal de mudança?

sábado, 7 de fevereiro de 2009

O JUMENTO DO ANO

(FRANCISCO LOUÇÃ, LÍDER DO BLOCO DE ESQUERDA)


Segundo o Sol Online, “Na sua intervenção da VI Convenção do Bloco de Esquerda, Francisco Louça propôs hoje a proibição dos despedimentos em empresas que tenham resultados” (…).
Disse mais: “Isto vai criar surpresa”, admitiu, justificando a proposta argumentando que é o Trabalho que cria riqueza e não o Capital. “Alguém já viu o Capital a produzir? Imaginem dois coelhos numa cova, de certeza que vão sair coelhinhos, mas se puserem duas notas de cem euros, imaginam que vão sair notas de vinte? O Capital nada faz. Agora é tempo de devolverem a quem deu a sua vida ao trabalho”.

Quem faz estas afirmações gratuitas e desconexas, conversa para “boi dormir” não é um político qualquer. É um homem que, para além de intervir legitimamente no espectro político, tem o dom da palavra, pela facilidade na criação de metáforas. Para além de tudo isto, aspira um dia a ser ministro. Mais ainda: é um reputado economista.
Ora, levando em conta os meus argumentos, exige-se deste líder partidário alguma seriedade nas suas explanações. O que assistimos aqui, neste seu discurso, é demagogia, burrice e o mais grave: é passar um atestado de menoridade intelectual a quem o ouve. Eu vou explicar melhor:
Vamos por partes: em relação à proibição de despedimentos em empresas que tenham resultados, o “camarada” Louçã esqueceu-se que vivemos numa economia de mercado, numa economia aberta. Das três uma: ou se esqueceu que fazemos parte da Organização Mundial de Comércio, em que as barreiras alfandegárias –para o bem ou mal- caíram, e os investidores nas suas deslocalizações e produtos circulam livremente no globo; que a gestão das empresas cabe aos seus legítimos proprietários e que abrir ou fechar, desde que assumam os seus compromissos com fornecedores, laborais e estatais, e não incorram em insolvências fraudulentas, é uma liberdade que lhes assiste. Pudera que não fosse assim; ou então, talvez absorto, numa viagem regressiva, pensou que estávamos numa economia centralizada e planificada, talvez nos anos de 1940 na ex-URSS, com Stalin e com uma pontinha fantasmagórica de Leon Trotsky.
Passemos à segunda afirmação do economista Louçã, em que é o Trabalho que cria riqueza e não o Capital.
Esta afirmação, vinda de um economista, é a frase mais burra do ano que poderia ir para o anedotário nacional.
Qualquer aprendiz de “economês” sabe que Capital e Trabalho são ambos factores de produção indissociáveis e ambos concorrem para a produção de riqueza.
Nos países em vias de desenvolvimento, ou mesmo desenvolvidos, porque o factor Capital seja mais escasso, num investimento, normalmente, começa por ser o factor trabalho o que tem maior preponderância. À medida que o negócio prospera, sabendo que o Capital ajuda a economia a crescer mais rapidamente, e procurando uma maior eficiência na produção, o investidor aumenta o factor Capital em detrimento do factor Trabalho. As consequências deste factor, quando levado ao extremo, pode ter consequências catastróficas para o emprego, mas isso é outro assunto.
Em suma, Francisco Louça valia mais estar calado.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O PNR TEM RAZÃO


(ESTE CASAL FOI ASSALTADO -FOTO DO DIÁRIO DE COIMBRA)

Como todos ouvimos, lemos e sentimos (alguns na pele), no último ano transacto foi um disparar de violência. Quer contra a pessoa quer contra a propriedade. Aos poucos, fomos todos ouvindo falar em assaltos diários a bancos, a postos de combustível e ourivesarias. Depois, progressivamente, fomos ouvindo falar de “Carjaking” –assaltos a viaturas com os donos no seu interior- e de homejacking –assaltos violentos a casas com os seus proprietários tranquilos no seu lar.
Talvez por excesso de confiança, todos sempre achámos que a cidade de Coimbra é uma cidade pacata. “Parece” que aqui nada acontece. Se é uma cidade tranquila, quase a cair no enfadonho, que nem um grito gutural do “aspirante” na Baixa, sobretudo quando anda ébrio, faz voltar o olhar do passante, por que raio é que nos havíamos de preocupar com os assaltos? Desde há um ano atrás começaram a haver no centro histórico entradas nocturnas, através de arrombamento, em barda. Não estão contabilizados, mas, quase de certeza, só a lojas comerciais foram mais de uma centena de assaltos durante a noite.
Nestas coisas, ou causas, sociais, nas comunidades, há sempre um parvo que tem a “mania” de não se calar. Habitualmente porque também foi tocado pelo “mau olhado”, e pronto!, decide fazer “estrilho”. A história está cheia de episódios corriqueiros deste género. Se aos vizinhos e colegas caberia uma ponta de solidariedade –está bem abelha!-, a verdade é que como toca aos outros, que se lixe, o problema é dele. E mais: deveria era estar calado para não afugentar os clientes da zona, ou então, no limite, para não chamar mais ladrões. Porque é fácil de ver, se os lesados se calam, logicamente que os energúmenos podem agir à vontade, e, naturalmente, vão cair todos na zona. Mas isto é “tão claro, como farinha amparo”. Só o parvo que apregoa aos sete ventos de que aqui há assaltos é que não vê. É evidente que contra esta ignorância e falta de cidadania do sujeito não há nada a fazer.
As autoridades, em nome do alarme social e sempre prontas a colocar uma mantilha mal remendada a cobrir a violência que vai despoletando, mostram números estatísticos que provam a evidência. Não há mesmo recrudescimento de violência na cidade de Coimbra. Há uns casos isolados aqui e acolá e nada mais. Se a matemática é uma ciência e a estatística é da mesma família, quem se julga o sicrano ou beltrano para vir contestar uma ciência? “Pobres ignorantes”, pensam os políticos do burgo, acompanhados, às vezes, pelos comandantes das forças operacionais que zelam pela segurança. Que, como se sabe, são nomeados politicamente para os cargos, logo, em vez de se comportarem como servidores do Estado, transcendendo as cores ideológicas, agem como comissários políticos do partido que estiver no poder. Estas pessoas são um caso de análise social, em metamorfose, na forma como mudam de cor e assimilam o laranja o rosa ou até o vermelho se algum dia lá chegar. Para eles a verdade são os números e absolutamente mais nada. “As notícias nos jornais?”, interrogam com ar de gozo, “isso não é para levar em conta”, enfatizam com a superioridade que se deve reconhecer a pessoas iluminadas.
A nível nacional, fala-se muito da crise económica, embora agora, o que está na moda é o “Freeport”. A crise económica pode esperar. Se há uma crise social, em deriva da económica, que redunda em mais violência contra o património? Hum!, parece que não. O PSD, como maior partido da oposição não o refere, o partido do governo muito menos, e, então à sua esquerda, o Bloco e o PCP, muito menos ainda. E estes dois partidos até estão a ser coerentes. Se só perde quem tem -quem tem-, obviamente, tem de ser rico. Como a riqueza, para a esquerda, é como um caroço que tenho no pescoço, por mais que evite o desgraçado não sai de cá. Então, pensam, bom, se não conseguimos nivelar as assimetrias da sociedade pelo assalto ao capitalismo, os assaltos à propriedade pode ser um bom instrumento regulador, por isso, vamos deixar correr a coisa que logo se vê.
À direita do PS, Paulo Portas, sempre a espreitar o furo, proximamente vai levar o assunto à Assembleia da República. Hipocritamente, o que lhe interessa não é a segurança das pessoas e bens mas, como mexilhão colado à rocha, isso sim, que o CDS descole daqueles malditos sete por cento.
Hoje, no Diário de Coimbra e Diário as Beiras, em primeira página, é noticiado que um casal de idosos, em Santa clara, for assaltado através do “homejacking”. A violência já cá está e é preciso denunciá-la.
Não tenho nenhuma simpatia ideológica pelo PNR. Não vou aqui escalpelizar o que me separa a nível de ideias deste partido político. Mas uma coisa tenho de reconhecer é a única facção política que pugna pelo fim à violência urbana. E este chamar de atenção já vem de longe, pelo menos há cerca de um ano. Apesar de não me identificar com os seus pontos de vista ideológicos, se este partido convocar uma manifestação local ou nacional contra a criminalidade tudo farei para estar presente.
Esta insegurança que vivemos não pode continuar. É criminoso ignorá-la.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Agora ponha em prática!!


"Isto é o Carnaval da Bairrada, mas da Bairrada tem muito pouco!"



Fernando Saldanha in Jornal da Mealhada

Tem toda a razão Fernando Saldanha!!
O problema é exactamente esse! Andamos a financiar uma cópia (muito fraca por sinal!!) de uma tradição que não é nossa!

Quem esquece o passado não tem futuro!