segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O CREPÚSCULO DO VERÃO



Finda Agosto decrescente,
és o meu mês de eleição,
vem Setembro lentamente,
embrulhado normalmente,
leva a sombra do meu verão;
lembra-me novamente a fuga,
lá se vai a minha esperança,
olho o espelho, estou mais velho,
se não fosse aquela ruga,
pareceria uma criança;
Ainda não foi desta que concretizei,
aquela tal viagem tão sonhada,
vai ser para o ano, juro que irei,
é certo que nos anteriores também jurei,
E sempre a inscrevi na coluna de “adiada”;
Os dias, como a vida, estão a minguar,
o calor, como a alma, vai esfriando,
a andorinha, do meu beiral, vai-me deixar,
as folhas, nos plátanos, vão secando,
o Outono, naquela chuva miúda, vai entrar;
A beleza das mulheres vai ser mais restringida,
as ruas vão ficar mais tristes, sem consolo,
as saias, como um inverno anunciado, vão descer,
a gola alta, protectora, vai tapar um lindo colo,
a barriguinha vai crescer, deixando de ser fingida;

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