quinta-feira, 26 de março de 2009

UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE MAMA MIA...)



Milu disse...
É visível que fome esta senhora não passa, nem tem cara de ter doença! Não concordo com esta forma de fazer face à vida. Uma pessoa que se sinta digna, mas que está a atravessar um mau momento na vida, tem todo o direito e o dever de recorrer a ajudas institucionalizadas. No caso de não obter resposta deve por todos os meios possíveis fazer denúncia. Ir para a rua com um filho nos braços para apoquentar as consciências dos transeuntes, isso é que não! Porque a vida custa a todos! Há uns tempos trabalhei em turnos, havia uma semana em que tinha de acordar cerca das três da madrugada e saia do emprego às 13,00H. Desde criança sempre tive dificuldade em conciliar o sono, há em mim uma tendência natural para me deitar tarde e acordar tarde, logo trabalhar por turnos era uma brutalidade a que me encontrava submetida. Para me levantar às três da madrugada e para dormir o suficiente teria de ir para a cama ainda com sol, ora, uma situação que ia contra a minha natureza. A maior parte das vezes nem sequer dormia. De maneira que quando saia do emprego até vinha doida e com uma brutal bebedeira de sono, não pensava correctamente, via mal, enfim tudo mau. A caminho de casa, costumava parar num supermercado para me abastecer de algumas coisas necessárias, o pão por exemplo. À entrada do estabelecimento, invariavelmente, encontravam-se algumas destas pessoas que vivem do vício da pedinchice, mão estendida e filho à ilharga. Bem, eu nem sei o que sentia! Vi-as ali fresquinhas e bem dormidas, mal trajadas, é certo, mas de aspecto radioso, enquanto eu tinha feito o supremo sacrifício de sair da minha confortável caminha de madrugada para enfrentar o dia de trabalho, sentia um caco, um farrapo humano, tão desfalecida que o mais pequeno piparote seria o suficiente para me derrubar ao chão! Que espera, caro senhor, que dissesse a quem me estendia a mão suplicando uma esmolinha? Correndo o risco de parecer ter um coração cruel e empedernido digo a verdade, porque nem admito outra coisa, sempre fui capaz de fazer peito às consequências das minhas acções, não é agora, nesta altura do campeonato que tem sido a minha vida, que vou desistir de ser quem sou. Pois bem, olhava a pessoa bem nos olhos e dizia-lhe - precisas de dinheiro? Então vai vergar a mola... O mesmo é dizer vai trabalhar...
26 de Março de 2009 14:15

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