quinta-feira, 24 de julho de 2008

"AS TERMAS DE LUSO" *

(IMAGEM RETIRADA, COM A DEVIDA VÉNIA, DO BLOGUE "ADELO.BLOGSPOT.COM")

“Um “Aquilégio Medicinal” do Dr. Francisco da Fonseca Henriques, datado de 1726, assinala “entre o logar do Luzo da Igreja e Luzo de além, termo do Couto da Vacariça, Comarca de Coimbra, abaixo da copiosíssima fonte de água fria, um olho de água quente, que chamam de “banho” assim como de “caldas”, mas que não se usa hoje para remédio, nem serve mais, que de regar algumas terras”.
O Dr. Costa Simões procurou investigar, conhecedor do culto e ritual do banho romano –em vão, nenhum vestígio de termas romanas. Identicamente em livros dos séc. XVII e XVIII de médicos que se debruçaram sobre o tema.
Portanto, o “fio” começa em 1726, no reinado de D. João V.
O Dr. José António Morais, da Lameira de S. Pedro, cura aqui D. Maria I (1777 sobe ao trono, morrendo a 1816 no Brasil) de grave moléstia. Recebe como recompensa uma cátedra em Coimbra e dois vistosos títulos: “Médico da Casa Real” e “Comendador do Hábito de Cristo”.
Em 1838 a Câmara da Mealhada procedeu a melhoramentos na estância termal. Mais tarde, contraiu um empréstimo de um conto de reis para novas beneficiações.
Em 1852, D. Maria II ofereceu cem mil reis e uma subscrição pública rendeu oitenta e sete mil reis.
A 14 de Janeiro de 1854 a Câmara assina uma primeira concessão. A 17 de Maio de 1895 e por alvará, entregam-se os destinos das águas à Sociedade da Água de Luso (SA), ainda hoje florescente.
O “olho de água quente” arrefeceu ou sumiu-se, pois não resta qualquer pista.
A água mineral –hipotermal, hiposalina, bicarbonetada/cloretada/sódica, gaso-carbónica- essa mantém o seu prestígio, mormente nas megapólis!
Luso com as suas excelentes instalações termais e uma captação de águas modelar é uma das mais importantes Termas Portuguesas. Recheada de unidades hoteleiras acolhedoras e de um clima temperado e calmante, proporciona aos termalistas e aos turistas as condições necessárias para que possam recuperar o equilíbrio físico e psíquico comprometido pelas agressões quotidianas da vida moderna.
A partir do ano de 1854 e por iniciativa do Professor Costa Simões, sem dúvida a personalidade que mais contribuiu para o aproveitamento termal de Luso e para o seu conhecimento, iniciou-se a construção das primeiras instalações hidroterápicas. Foi o arranque para um trabalho de desenvolvimento que não parou mais.
A água termal de Luso brota na parte central do seu balneário principal, situado no meio da vila e de um furo artesiano com um caudal normal superior a 40.000 litros/hora.
A água é límpida, cristalina, agradável ao paladar, rica em gases dissolvidos e em suspensão, que se vêem elevar numa poeira gasosa de finas bolhas. A ÁGUA TERMAL DE LUSO, deve as suas propriedades terapêuticas a dois factores principais: a sua hipotonicidade e elevada radioactividade. A temperatura da água, à boca das nascentes, é de 27 graus centígrados.
A água termal de Luso tem uma notável acção terapêutica nas afecções crónicas do aparelho Reno-urinário (litíase renal e insuficiência renal), hipertensão arterial, reumatismos, perturbações do aparelho locomotor e afecções respiratórias crónicas (bronquites, asma e enfisema).
A acção fisiológica da água termal de Luso consiste, especialmente, na estimulação da função urinária pela cura de diurese que devido às suas propriedades físico-químicas e diuréticas, exerce uma acção geral eliminadora e desintoxicante, da qual pode beneficiar todo o organismo.
Ingestão de água. Banhos de imersão simples, de emanação radioactiva e com jacto sub-aquático. Duches. Aerossóis. Fisioterapia com mobilização em piscina de recuperação funcional com água a 34º C. e em ginásios, sob a orientação de fisioterapeutas. Parafangos, tracção esquelética. Electroterapia.”

(* in Luso no tempo e na história, 1937-1987, cinquentenário de elevação a vila. Editado em em 6 de Novembro de 1987 por JUNTA DE FREGUESIA DE LUSO/JUNTA DE TURISMO DE LUSO-BUSSACO)

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